Recentemente assisti ao filme francês "La Vie Scolaire" traduzido no Brasil para "Efeito Pigmaleão", disponível na Netflix. Nele vemos o dia a dia de uma conselheira em uma escola localizada em um bairro pobre de Paris, também conhecemos alguns dos alunos e suas questões pessoais e familiares que os levam a diversos problemas de disciplina, além de conflitos com professores e indecisões sobre o futuro.
Uma das questões abordadas no filme é o papel da educação para criação de cidadão conscientes:
Como despertar essa consciência em jovens inseridos em realidades desiguais, em cenários de vulnerabilidade sem muita perspectiva de sucesso profissional? Para quê serve a escola e o que aprendem nela?
Vemos os alunos questionando os professores sobre, por exemplo, qual a necessidade aprenderem sobre a História da França ou as equações matemáticas, se dificilmente aplicariam isso em algum trabalho. As respostas dos educadores não passam da superfície, mas revelam que não há, de modo geral, uma consciência da parte de todos que integram o ambiente escolar a respeito da importância dos estudos e do que eles devem significar. Há na verdade a exposição de que muitos frequentam a escola de forma mecânica, para cumprir com um planejamento ou exigência da direção ou do Estado, para ver os amigos ou por conta da merenda oferecida.