No artigo "Digital natives, digital immigrants", do escritor americano Marc Prensky, são apresentados conceitos que caracterizam os alunos de hoje em dia, nascidos a partir de 1980, e a geração anterior representada pelos educadores. O que difere e divide esses dois grupos é que apenas um cresceu em um cenário onde tecnologia digital já era muito difundida, e o outro não.
O palestrante afirma que os alunos de hoje pensam e processam as informações bem diferentes das gerações anteriores, eles são todos “falantes nativos” da linguagem digital dos computadores, vídeo games e internet. Enquanto os professores nascidos antes da década de 80 seriam os "imigrantes digitais", que aprenderam a língua posteriormente na vida e por isso a assimilam de maneira diferente.
É fato que muitos professores permanecem fazendo uso de linguagens e recursos ultrapassados, tentando, quase que em vão, ensinar uma população que fala e aprende de uma maneira totalmente nova.
Eles não acreditam seus alunos podem aprender com êxito enquanto assistem à TV ou escutam música, porque eles (os Imigrantes) não podem já que não praticaram esta habilidade constantemente nos últimos anos. Não conseguir ver que a aprendizagem pode sim ser divertida é um grande empecilho para mudança.
É bem improvável que os Nativos Digitais regredirão, não devemos também colaborar com o retrocesso. Nossa profissão exige formação continuada que por sua vez exige muita capacidade de adaptação.
No texto de Marc, é proposto que reconsideremos tanto a metodologia quanto o nosso assunto.
Os professores de hoje têm que aprender a se comunicar na língua e estilo de seus estudantes. Isto não significa mudar o significado do que é importante, ou das boas habilidades de pensamento. Mas isso significa ir mais rápido, menos passo-a-passo, mais em paralelo, com mais acesso aleatório, entre outras coisas.
E sugere novos caminhos para determinação dos conteúdos essenciais.
O conteúdo “Legado” inclui ler, escrever, aritmética, raciocínio lógico, compreensão do que há escrito e das ideias do passado, etc – tudo do nosso currículo “tradicional”. É claro que ainda é importante, mas é de uma era diferente. Alguns deles (como o raciocínio lógico) continuará sendo importante, mas alguns (talvez como a geometria Euclidiana) será menos importante, como foi o Latim e o Grego. O conteúdo “Futuro” é em grande escala, o que não é surpreendente, digital e tecnológico. Mas enquanto este inclui software, hardware, robótica, nanotecnologia, genoma, etc. também inclui ética, política, sociologia, línguas e outras coisas que os acompanham. Este conteúdo “Futuro” é extremamente interessante aos alunos de hoje.
Já temos as respostas em relação ao caminho que o Ensino-Aprendizagem deve seguir, basta observar nossos alunos e essa nova geração. Se as crianças de hoje em dia têm capacidade de memorizar mais de 100 personagens do Pokémon com todas as suas características, história e evolução não podem aprender os nomes, populações, capitais e relações entre todas as 181 nações no mundo. Depende apenas de como é apresentada. Nós precisamos inventar metodologias para Nativos Digitais para todas as matérias, e todos os níveis, usando nossos estudantes para nos guiar.