O livro é
narrado por duas moradoras de um prédio em Paris onde só moram famílias ricas da alta sociedade. De um lado vemos a concierge, que se chama René, e do outro Paloma, uma menina de 12 anos filha de moradores do prédio. Nenhuma das duas não se encaixa na fútil realidade daquela lugar mas isso é apenas uma das coisas que possuem comum.
As duas
escondem um segredo, Paloma planeja se matar e tocar fogo em seu apartamento
como uma forma de provocar sofrimento em sua família e já Rene esconde que é
uma pessoa extremamente culta, ela é muito interessada em filosofia,
literatura, artes, cultura pop mas tenta a todo custo evitar que qualquer um perceba.
Em alguns capítulos
podemos ver um pouco mais da rotina da Rene, suas observações sobre o cotidiano
daqueles moradores tão fúteis, fofoqueiros e que a menosprezam e em outros capítulos
vemos suas reflexões a respeito de assuntos mais filosóficos ou de seu passado. Nos capítulos narrados por Paloma pouco a pouco conseguimos entender sua
motivação já que ela conta várias acontecimentos envolvendo membros da sua
família. Além disso também temos acesso ao seu diário de pensamentos mais profundos.
A rotina
dessas duas personagens muda com a chegada de um novo morador no prédio, um
senhor japonês também muito culto que logo vira a sensação dali. Todos os moradores ficam curiosos e querem conhece-lo mas ele mal dá valor a
isso e logo descobri o segredo de René. Com isso, sr. Ozu consegue de certa forma unir as duas personagens.
Adorei conhecer esses personagens, apesar de ter ficado um pouco confusa em algumas partes acho que vale sim a pena. Tem como tirar várias lições da história, se algum capitulo não te fez refletir pelo menos te fez rir. O livro me surpreendeu muito no final, me deixou indignada, depois muito triste e emocionada, além disso também fiquei um pouco brava com o rumo que a história tomou mas acho que o último capitulo narrado por paloma fez tudo fazer sentido e valer a pena.
Destaco aqui um trecho dessa parte:
"Por um instante, acreditei que tinha encontrado minha vocação; acreditei entender que, para me cuidar, precisava cuidar dos outros, quer dizer, dos outros "cuidáveis", os que podem ser salvos, em vez de ficar dando voltas porque não posso salvar os outros. Então, será que deveria ser médica? Ou escritora? É um pouco parecido, não é?"
https://youtu.be/CwgTpz2i7pE